sexta-feira, 19 de novembro de 2010

VENTOSA SENSACIONAL

À primeira vista , a ventosa de um polvo se assemelha à de uma flecha de brinquedo ou à que fixa um GPS no parabrisa. Na verdade, porém, é um órgão notavelmente sofisticado, que pode não só prender objetos com diferentes intensidades, mas também manejá-los graças a grupos de músculos especializados.
A ventosa tem duas câmaras: o infundíbulo externo e o acetábulo interno. Quando ela adere a algo- um apetitoso mexilhão, por exemplo-, os músculos do infundíbulo modificam sua borda para moldá-la à superfície da concha, formando um lacre. Os músculos do acetábulo então se contraem, produzindo intensa pressão negativa no interior cheio de água da ventosa. O diferencial entre a pressão interna e a externa gera sucção. Quanto mais intensa a contração dos músculos extrínsecos permitem que a borda da ventosa gire o objeto num círculo completo, em ângulo raso ou agudo em relação ao braço, sem romper o lacre ou reduzir o diferencial de pressão.
Além de sua complexa musculatura, a ventosa do polvo tem elaborada rede neural. Os neurônios especializados concentrados na borda, chamados quimiorreceptores, permitem avaliar o gosto das superfícies tocadas.Juntamente com os mecanorreceptores (que transmitem informações sobre tato e pressão) e os proprioceptores (que informam sobre a atividade muscular), esses quimiorreceptores conectam-se a aglomerados de neurônios chamados glânglios, que, por receberem informações sensoriais e organizarem respostas coerentes, parecem funcionar como um "minicérebro" próprio da ventosa.
Como os gânglios conectam-se uns aos outros por meio de uma rede de gânglios maiores-os gânglios braquiais, localizados ao longo do braço, que controlam sua atividade-, as ventosas vinzinhas podem coordenar seus movimentos para, por exemplo, mover objetos ao longo dos braços. Ainda se desconhecem como as funções neurais são partilhadas entre o cérebro, os braços e os gânglios das ventosas.
EDILMA, ALUNA DE ESTÁGIO

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